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A obesidade é reconhecida atualmente como uma doença crônica e de etiologia multifatorial. Além de dieta e exercício, o tratamento farmacológico é muitas vezes uma ferramenta essencial para o controle do peso.

No começo deste ano, a ANVISA aprovou mais um medicamento no combate a obesidade. Há muitos anos, nenhum medicamento era liberado pela ANVISA para este fim, existindo apenas 2 classes, orlistate e sibutramina.

Saxenda tem na sua composição a Liraglutide, medicamento já existente no Brasil com o nome de Victoza (esse nome vocês já devem ter ouvido falar), que é um análogo de GLP-1, hormônio produzido no nosso intestino na presença de alimentos. É um medicamento inicialmente desenvolvido para o tratamento da Diabetes e mostrou-se benéfico para o controle glicêmico em doses de até 1,8mg /dia. Também, demonstrou gerar uma perda de peso importante e dose-dependente.

Os mecanismos causadores da perda de peso por essa droga são provavelmente relacionados com a combinação de fatores cerebrais e gastrointestinais. Estudos demonstram que ele aumenta a produção de substâncias anorexigênicas (aquela que agem diminuindo a fome) no hipotálamo, levando a menor ingesta de alimentos, o que favorece a perda de peso. Ele também atua diminuindo a velocidade com que a comida sai do estômago, isto é, retarda o esvaziamento gástrico, o que aumenta a sensação de saciedade.

O uso de Saxenda e indicado para adultos com IMC (índice de massa corporal) de 30 ou mais ou 27 ou mais desde que haja pelo menos outra doença relacionada com o peso. Os efeitos colaterais mais comuns são náuseas e vômitos, Segundo o estudo com mais de 3000 pacientes publicado em uma que talvez seja a mais conceituada revista cientifica “New England Journal of Medicine”. Para evitá-los, a dosagem do remédio deve ser aumentada gradativamente. A aplicação é diária, subcutânea, é muito fácil e feita pela própria pessoa.

Lembrando que não se deve usar o medicamento para querer entrar naquela calça jeans não! O uso tem que ser indicado pelo médico após uma boa avaliação clinica.

Texto – Dra. Paula Paes – Endocrinologista